Uniformes através da história e a influência na moda

11 de julho de 2022
História dos uniformes e sua influência na moda

Você já parou para se perguntar de onde vem o hábito de usar uniformes? A história de como os uniformes surgiram e o caminho que percorreram até a época atual é cheia de curiosidades, peças de roupas que se tornaram ícones e influenciam a moda até hoje. 

Os uniformes cumprem, entre outras funções, o mesmo papel básico que motivou sua invenção, a princípio, o de padronizar as vestimentas e homogeneizar a equipe que os vestem. Seja ele militar, religioso, escolar ou corporativo, o uniforme é capaz de criar identificação entre um grupo ou uma instituição interna e externamente. 

Todos nós já usamos uniformes pelo menos uma vez na vida. Aqui na Imagem eles são nossa maneira de ajudar empresas a traduzirem e cuidarem da sua identidade. Mas, para essas peças chegarem até o momento presente e se transformarem num instrumento capaz de potencializar tantos negócios, existe muita história. 

No artigo de hoje, explicamos como os uniformes surgiram e passaram a fazer parte da moda e do cotidiano de milhares de pessoas.

Os primeiros uniformes

Os uniformes surgiram no século XV, por motivações táticas. Durante as batalhas, frequentes naquela época, ainda não havia nenhum tipo de identificação entre dois exércitos diferentes. Obviamente esse era o cenário propício para confusão e descuidos da parte dos soldados, então o uniforme foi a maneira encontrada para sinalizar quem era do mesmo exército e evitar mortes acidentais. 

Geralmente bastavam alguns símbolos, bandeiras ou cores para indicar quem era aliado e quem era inimigo. No entanto, na Europa houve muitas mortes durante guerras provocadas por uniformes chamativos demais. A intenção era confeccionar uniformes que refletissem a riqueza e a pompa do exército, às vezes utilizando cores tradicionais como o vermelho e o amarelo, mas isso tornava os soldados alvos fáceis em meio às batalhas.

Essa foi uma das primeiras lições sobre a importância da funcionalidade na hora de pensar em um uniforme. A partir de então, ficou claro que era necessário pensar em cores neutras, que pudessem “desaparecer” no ambiente, e a camuflagem passou a fazer parte da estratégia de uniformizar os exércitos. A Inglaterra foi a primeira a abandonar os uniformes vermelho vivo e adotar a cor cáqui, no final da década de 1840, que acabou se tornando característica para uniformes militares. 

As primeiras estampas camufladas foram desenvolvidas durante a Primeira Guerra Mundial. Os tons verde, cáqui e cinza-campo, comumente usados nos uniformes camuflados daquela época, fundiam-se com a vegetação, dando a chance dos militares se esconderem e também avançarem de maneira sorrateira contra seus adversários.

Já na Segunda Guerra Mundial, a vestimenta teve melhorias para uma proteção ainda maior dos soldados. Foram criadas versões com manchas em formas de rins, até hoje bastante utilizadas. No final dessa guerra, o design do uniforme camuflado evoluiu rápido e teve como inspiração os movimentos artísticos da época, como o cubismo, e artistas ajudaram a criar padrões ópticos nas roupas para enganar os olhos.

Muitas tendências de moda se inspiraram em vestimentas que surgiram primeiro em nome da praticidade. Assim aconteceu com as estampas camufladas dos uniformes militares, que acabaram se infiltrando na moda cotidiana. 

O estilo militar ganha as ruas

Os efeitos da Primeira Guerra Mundial também chegaram até o mundo da moda. O militarismo começou a aparecer no guarda roupa feminino com a estilista francesa Coco Chanel, que na época foi a responsável por trazer alguns atributos dos uniformes militares e aproximar o traje feminino do masculino. Chanel, que tinha gosto pela montaria, explorava a silhueta longilínea, enaltecendo um tipo esportivo em seus designs

Muito avessa ao estilo da moda feminina da época, Coco Chanel se inspirou no guarda roupa masculino da época. Suas peças não só caíram no gosto popular como também revolucionaram a moda, criando um novo estilo de vida para as mulheres, com peças mais confortáveis e práticas.

Uniformes da marinha e suas cores

Os uniformes da Marinha sempre foram mais discretos que os do Exército. Se antes era importante para os chefes militares identificarem rapidamente suas tropas no campo de batalha, essa necessidade não existia no mar. É em parte por causa disso que as primeiras unidades navais que começaram a usar uniformes de forma regular foram aquelas que também combatiam em terra – os fuzileiros navais.

Os fuzileiros portugueses já vestiam uniformes no século XVII, o que era útil até em tempos de paz. Sua função era proteger o navio contra abordagem inimiga, mas também evitar motins a bordo e dar proteção aos oficiais, já que o uniforme servia para distingui-los do resto da tripulação. Eles, no princípio, usavam fardas verdes, passando depois ao azul, assim como os oficiais. 

De modo geral, estes já aparecem uniformizados, nas marinhas ocidentais, desde o século XVII, como mostram antigas gravuras, enquanto os marinheiros teriam que esperar mais um século para ganhar roupas padronizadas. 

O estilo “navy” na moda  

O uniforme de marinheiros foi outra grande inspiração para o trabalho de Coco Chanel, mas para uso pessoal. Ainda no início do século XX, ela foi a primeira a utilizar as listras horizontais, geralmente nas cores vermelho, azul e branco, características da marinha. 

Com o passar dos anos, as peças de roupa no estilo navy se tornaram atemporais e continuam fazendo parte do guarda roupa moderno. Algumas das celebridades que abraçaram o estilo foram Audrey Hepburn, James Dean e Marilyn Monroe. 

Atualmente, o navy ainda é muito marcante no branding do designer Jean Paul Gaultier, que sempre produz ensaios dentro dessa temática em algumas coleções e para divulgar suas novas fragrâncias. 

Uniformes escolares e o estilo “preppy

Seguindo o exemplo estabelecido pelas instituições militares, as escolas começaram a adotar o uso de uniformes no ano 1890. Os estudantes da Escola Normal, responsável pela formação de professores em diversos países, foram os primeiros a utilizar uniformes escolares na história. As escolas mais tradicionais passaram a adotar o uniforme, de fato, somente na década de 20, e as demais na década de 30.

Os uniformes escolares foram criados para simbolizar as cores, o nome, a tradição e o símbolo da escola. Assim, os alunos uniformizados deveriam manter um comportamento exemplar e zelar pela imagem das instituições, mesmo fora delas. Mesmo não sendo muito populares entre os alunos, essa padronização é importante para desenvolver nos alunos, um sentimento de pertencimento ao grupo, fundamental no desenvolvimento psicossocial das crianças.

No Brasil é muito comum o uso de uniformes pela grande maioria das escolas, públicas ou privadas, mas o costume pode ser diferente em outros países. Nos Estados Unidos, os alunos das escolas preparatórias, que geralmente eram jovens ricos, utilizavam uniformes marcado pelo uso de peças com cortes mais clássicos, cores neutras, camisas polo lisas ou listradas, estampas de losango, aplicações, suéteres xadrez e cardigans.

Durante a década de 1970, essas peças inspiraram o estilo preppy, que abusa de roupas com cortes clássicos, cores neutras embasadas em um tom forte, tecidos nobres e elementos atemporais, como nas marcas Tommy Hilfiger e Ralph Lauren. É um estilo muito presente no imaginário coletivo, graças a filmes e séries de TV como Gossip Girl, que mostra muito bem como esses uniformes influenciaram a moda em alguns círculos.

Uniformes no futebol

A ideia de usar uniformes para praticar esportes e diferenciar os times rivais parece óbvia, não é? Mas isso não aconteceu até o ano 1870. Para deixar a linha do tempo um pouco mais clara, o futebol já era um esporte praticado desde 1830 na Inglaterra, e durante esses 40 anos a única maneira de diferenciar os jogadores era através de acessórios como chapéus, cachecóis e lenços.

Em um texto datado de 1879, um espectador de uma partida relata a dificuldade em distinguir os membros do time, não só entre si, mas para o público também. “No futebol, é um ponto essencial que os membros de um time devem ser claramente distintos um do outro. A única maneira de fazer isso é cada time ter um uniforme distinto”.

Mas, naturalmente, levou um tempo até os uniformes de futebol chegarem a um modelo ideal. A princípio, os uniformes eram confeccionados em tecido de brim, uma mistura de linho e algodão, e cortes de alfaiataria. O brim era um tecido pesado e com alta absorção de calor, e acabava retendo o suor dos jogadores, deixando-os mais pesados e cansados ao final das partidas, o que dificultava a performance em campo. 

Os uniformes de futebol como conhecemos hoje são bem recentes. Foi apenas em 1954 que a seleção inglesa apareceu com um modelo mais parecido com o atual, com shorts curtos, camisas com mangas curtas, gola V e tecidos bem mais leves. Essa mudança afetou positivamente a performance dos jogadores em campo, e logo foi reproduzida pelas demais seleções.

De lá para cá, a indústria têxtil se desenvolveu juntamente com a moda tradicional, possibilitando que os tecidos utilizados em uniformes esportivos no geral se transformassem ainda mais. Os tecidos, cada vez mais tecnológicos, absorvem melhor o suor e estão mais anatômicos, acompanhando o corpo e o movimento dos jogadores.

O futebol é um esporte que movimenta a economia e também mexe com o coração dos seus milhares de torcedores. Com o passar dos anos e a popularização do esporte, as camisas de futebol tomaram as ruas e se tornaram símbolo da paixão das pessoas pelos seus times. 

O design dos uniformes de futebol passa a ser importante não só pelas suas funções práticas, mas também pelo apelo estético das peças. Durante a Copa do Mundo de 2018, o uniforme da seleção da Nigéria, confeccionado pela Nike, foi muito elogiado e se transformou em objeto de desejo de muitas pessoas. 

Nos últimos anos, quem resolveu apostar nessa estética foram as marcas de luxo. Grifes como Balenciaga, Gucci e Stella McCartney têm incorporado camisas de futebol em suas coleções, firmando parcerias com Nike e Adidas, por exemplo. 

Do esporte para o dia a dia: a camisa Polo

A inserção do futebol na moda de luxo pode ser recente, mas a influência das peças esportivas no street style já existe há mais tempo. A camisa polo, que inclusive é uma escolha muito comum quando falamos em uniformes corporativos, é herança de um esporte não tão óbvio quanto parece: o tênis. 

Assim como no futebol, os primeiros uniformes de tênis eram pouco funcionais. Em alguns casos chegaram a adotar camisas de mangas compridas, colarinho duro e até mesmo uma gravata. A camisa polo melhorou consideravelmente a mobilidade dos jogadores e rapidamente foi adotada por outros tenistas da época. 

O responsável pelo sucesso da peça é um nome que conhecemos muito bem até hoje. René Lacoste foi um tenista francês de muito sucesso na década de 1920, e o primeiro a usar a camisa polo, ou uma primeira versão dela, em uma partida de tênis.

Também conhecido pelo seu apelido “Le Crocodile” (crocodilo em português) pela maneira como se movimentava na quadra, Lacoste pediu para acrescentar o bordado de um pequeno crocodilo na sua camisa. E foi assim que ele acabou criando não só a camisa polo, mas também a marca Lacoste, que ainda hoje é referência pelo estilo esportivo minimalista e atemporal, capaz de agradar aos mais diversos perfis.

A gola polo tornou-se uma peça coringa no guarda-roupa de homens e mulheres, e é um dos modelos de uniforme mais usados em empresas. A logo geralmente é bordada no lado esquerdo, mesmo lugar escolhido por René escolheu para seu bordado de crocodilo. Para quem procura por um uniforme casual, a camisa polo é uma excelente escolha, que agrega um ar mais social quando usado com suéteres, blazers e sapatos mais tradicionais. 

A peculiar origem da camisa social

Saindo um pouco da esfera do esporte, não é só o uniforme que pode influenciar a moda, mas o caminho inverso também pode acontecer. Prova disso é a camisa social, uma das peças mais comuns no vestuário feminino e masculino, e muito presente no mundo corporativo. Apesar disso, nem sempre ela foi destinada a ser usada em ambientes formais. 

Não há um consenso sobre a origem exata da camisa social, algumas peças parecidas já eram usadas desde antes da Idade Média, mas geralmente como roupa de baixo ou pijama. Sua principal função na época era a higiene, para proteger as roupas de cama ou tecidos nobres que eram usados por cima da camisa. 

Já entre os séculos 18 e 19, a camisa social começou a ficar à mostra no visual masculino. No século 19 os alfaiates criavam camisas com mangas largas para pintores, sem uma das mangas para duelos de espada ou um modelo específico para a prática de esportes, por exemplo. A camisa branca era predominante na época e tornou-se uma peça da nobreza.

E foi apenas no século 20 que surgiu o modelo de camisa mais parecido com o que temos atualmente. Os colarinhos, punhos e botões apareceram e também foi quando ela passou a fazer parte do guarda roupa feminino. As responsáveis por popularizar a camisa entre as mulheres foram, novamente, Coco Chanel, sempre desafiando os padrões de vestuário da época, e Audrey Hepburn, atriz que ainda hoje é referência de estilo.

Desde então a camisa social ganhou diferentes cores, modelagens e ocupou muitos espaços, sendo o corporativo o mais comum. Criada para fazer parte de trajes íntimos, a camisa social se transforma, adaptando-se tão bem com o tempo que hoje é uma peça coringa em qualquer guarda roupa, capaz de deixar qualquer look mais alinhado e elegante.

Certamente os uniformes tem muito mais história do que você imaginava! A nossa começou em 1986, e desde então nos dedicamos à produção de workwear de alto padrão para grandes empresas. Cada empresa é única, por isso sempre procuramos desenvolver peças que acompanhe a identidade, o funcionamento e as necessidades específicas do seu cotidiano e dos seus colaboradores. 

Além disso, acreditamos que os uniformes corporativos devem ser ergonômicos e ter uma influência positiva, tanto para a empresa quanto para os funcionários. Para isso, utilizamos apenas materiais de alta qualidade, com cuidado especial nos acabamentos de todas as peças. 

Faça a escolha certa na hora de definir a confecção que irá cuidar da imagem do seu negócio. Conte com a ajuda dos profissionais da Imagem Uniformes, nosso time está preparado para compreender as demandas e a realidade da sua empresa e buscar o melhor modelo de workwear para seus colaboradores.

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